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A política europeia para o restauro ecológico em perigo!

O caminho para ser aprovada pelos órgãos da UE da política para o restauro ecológico vislumbra-se tortuoso. A maioria dos comissários da Comissão de Ambiente revogou a proposta corrente com o argumento de que o cuidado (excessivo) pelos ecossistemas põe em perigo a produção agrícola - leia-se, os interesses dos agentes conformes à antiga PAC -, dando ainda como ponto de destaque a crise cerealífera desencadeada pela presente ocupação da Ucrânia – um dos maiores produtores agrícolas europeus.


Pois tal posição revela-se retrógrada e bem afastada dos avanços científicos das últimas décadas que demonstram que paisagens multifuncionais – onde a agricultura é feita de forma sustentada e subsidiada pelos serviços que prestam à paisagem e à humanidade – são financeiramente viáveis a que acresce um papel instrumental quer na reversão da perda de biodiversidade e ecossistemas funcionais, quer como factor importante no sequestro de gases com efeito de estufa – e portanto no controlo climático a longo prazo.

Resta a votação em Julho em plenário no parlamento europeu para perceber o quão “verde” e avançada pretende ser a Europa, três anos após ter tomado a dianteira argumentativa com o lançamento de propostas de politicas integradas para o ambiente, então pomposamente denominado Pacto Verde Europeu.


Que os órgãos europeus se lembrem que, enquanto é possível um resgate a uma crise bancária, não são possíveis resgates a uma crise ecológica e ambiental. Num mundo ambientalmente desequilibrado, perigosamente perto de pontos de ruptura, qual o real valor da finança?

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